segunda-feira, 11 de julho de 2011

Super-Heróis



Confesso que os Super-Heróis não tem mais muito espaço na minha paixão pelos quadrinhos. Não gosto do fato de que as histórias são deveras repetitivas, e que não se experimenta algo novo na arte a anos. O grande lance do super-herói é que ele vende pela sua imagem, e não porque os roteiros são geniais ou a obra incrível. Fala sério, não que não existam bons roteiristas de super-heróis e os desenhistas são no geral super esforçados e muitos mandam muito bem, como o Ivan Reis, daqui mesmo, mas eu não consigo ver graça nisso. Inovações no traço ou idéias geralmente são xingadas até o talo pelos fãs nerds conservadores, que não aguentam ver o Conan com um fio de cabelo pintado de outra cor, ou o super homem sem franja. Esse tipo de público também não permite que as coisas evoluam muito bem.
Mas é claro, os super-heróis tem seu mérito. Muitos dos clássicos dos quadrinhos surgiram na pele dos super-heróis quando estes foram permitidos a serem renovados. O Frank Miller é um ótimo exemplo de que vale a pena tentar algo diferente com os heróis. Cavaleiro das Trevas, Batman Ano Um com o rei Mazzucheli ao seu lado, e o meu favorito de todos, Elektra Assassina, com o soberano Bill Sienkiewicz são obras primas dos quadrinhos. Por que não tentar algo diferente mais uma vez?
Mas enfim, não sou nenhum fodão pra ficar aqui julgando os erros e acertos do mercado de quadrinhos. Vou contar a minha experiência com heróis nos quadrinhos.
A memória mais antiga que tenho de eu me impressionando com alguma hq de super-herói é uma de quando eu era bem pequeno. Eu estava em uma pequena sessão de gibis da biblioteca de alguma cidade, se não me engano Itanhaém, quando achei um gibi do Batman cuja capa me impressionou muito. Tinha um cara monstruoso na capa, com uma puta cara de mau, então eu me obriguei a pegar aquilo para checar - Detalhe: desde criança, tenho uma paixão por vilões. Sempre achei os vilões mais legais que os mocinhos nas animações, nos quadrinhos, nos filmes e poraí vai. Tirando o Scar, do rei leão. Ele tinha um visual muito massa, mas eu odiava aquele leão filho da puta. -
Se não me falha a memória, o vilão era o Kane. Lembro vagamente, se minha memória não está me traindo, de que ele estava dando uma puta surra no Batman, mas uma surra milenar mesmo, e eu achei o máximo. Porra, pra quem só conhecia o pentelho perfeitinho do Super-Homem, que não sofria nenhum ferimentinho, e só era exposto a kriptonita de vez em quando, pra não reclamarem da apelação absurda que é aquele personagem, ver um herói tomando uma porrada foi algo épico.
Infelizmente, não conclui a edição, pois o papito teve que me levar embora para fazer algo importante, não me lembro o que, e o gibi nem estava a venda. Mas aquela história ficou marcada até hoje na minha cabeça. Comecei a gostar muito do Batman, assisti quase todos os filmes - incluindo, infelizmente, Batman Forévis, a humilhação more ao Batman - joguei o Batman de playstation one no velho playstation do meu tio ( nunca passava de uma certa fase do jogo em que ele - o Bátima - estava perto de uma piscina, mas mesmo assim era viciado) e brinquei trocentas vezes de batman,destaque para a batcama, que eu utilizava na falta de um batmóvel tamanho família. Álias, o batmóvel para mim sempre foi o carro mais legal de todos os tempos, especificamente este modelo que ilustra o começo do post. Mas com o tempo, minha paixão pelo personagem passou, e junto com meu amadurecimento, se tornou uma paixão por algumas obras em particular. Com obras eu incluo quadrinhos, filmes, etc. Furtei do meu pai algumas edições do Cavaleiro das Trevas do Frank Miller a alguns bons anos, e foi por aí que conheci o trabalho do cara. Como eu era meio que novo, não entendia tão bem a trama, mas depois de mil releituras, entendi. Batman Begins foi algo que eu curti muito também. E acreditem ou não, mas eu só assisti o segundo ( Batman - The Dark Knight ) antes de ontem. Achei muito massa. Destaque pra melhor atuação de um vilão nos filmes do Batman, com aquele Coringa genialmente interpretado pelo Heath Ledger



, com direito a tiques próprios e tudo. Meus pêsames pro cara, puta ator foda. Bom, enfim, pulando da DC pra Marvel. O segundo herói a me conquistar, e com mais enfase que o Batman, foi o Demolidor. Putz, o Demolidor é muito foda, cara. Vou resumir toda minha paixão pelo personagem em uma frase:
A primeira hq dele que li, foi "A queda de Murdock".
Pronto. Nem preciso explicar que a paixão foi instantânea. Pra quem achava legal ver os heróis se esfolarem antes de conseguir algo, ver uma história em que o cara se esfola mais do que fisicamente, se esfola por completo, foi genial. O filme me decepcionou muito - mal vi até o fim-, mas nada que tirasse a paixão pelo herói.
Além desses dois, só lembro de ter me interessado por mais um único herói: O Homem Aranha.
Peguei para ler minha primeiras hqs do aranha - Da série Strazinksyskdspms (esqueci o nome do cara) - Romita Jr.) Quando estava numa onda de humor. E justamente por isso eu gostei, afinal o homem-aranha sempre foi o bacanudo, aquele herói fuleiro que faz umas piadinhas sacanas antes de detonar todo mundo. A base do personagem é muito legal, o lance do nerd que vira herói, as piadinhas, o cara que só se fode na escola, mas no fim cata a mina mais gata da cidade é meio que fórmula certa de sucesso. Gostei bastante dos dois primeiros filmes, o terceiro eu nem lembro direito o que aconteceu, pois não vi no cinema, vi em casa morrendo de sono, então sei lá se foi bom, mas mesmo assim nunca nutri um super amor pelo personagem.
Desde criança, tirando os vilões, eu gostava dos protagonistas diferentes. Por exemplo, minha hq favorita durante um grande período da minha infância foi "O Segredo do Licorne - O tesouro de Rackham o Terrível " Um arco de duas edições do Tintim, um dos meus heróis de infância.
Adorava, ou melhor, até hoje adoro, o Bob Cuspe, e o Ozzy, os dois do Angeli.
Curtia (novamento, curto até hoje) as histórias chapadas e fodásticas do Laerte, e obviamente,
como todo ser humano que conheço, era fascinadissimo pelo Calvin. Rapaz, o que eu li Calvin e Haroldo na minha infância é assustador. Bill Waterson é mestre inegavelmente.
Curiosidade: Eu era uma criança não muito cuidadosa com gibis e outras coisas ( Meu pai que o diga, eu fudi a coleção de réplicas de dinossauros dele brincando com eles), mas segundo o meu pai, um livro do Calvin e Haroldo foi o primeiro exemplar que eu cuidei de verdade, guardava de volta na estante, e tudo. Alias, Calvin para ler aos domingos, o livro que inspirou metade das minhas brincadeiras de infância (após ler uma hq de umas 5 págs do Cosmonauta Spiff eu fiquei chapado de imaginação, haha) está até hoje intacto e bem cuidado. Na MINHA estante claro, pois
eu leio ele de vez em sempre, então não suportaria deixar ele com o dono original, o Cobiaco barbudo.
Bom enfim, como a maioria dos meus posts sobre certo tema, eu não consegui me focar direito no assunto principal, e acabei contando algum fato que não tem porra nenhuma a ver com o título do post, haha.
Bem, esse é o espírito, afinal aqui é um blog, e não uma coluna séria. Eu vou escrevendo o que der na telha, esperando que ao menos alguém goste.
Bão, (repare nas 3 variações existentes da palavra "Bem" utilizadas em três parágrafos seguidos) e issaÊ, tirei a poeira desse blog, já posso dormir sem ser atormentado pelo fantasma da internet.

Abracitos, caros leitores ( se algum de vocês ainda está aqui)!


Pedro C.

Um comentário:

  1. Pedrão... O mais legal de ler nestes textos, não desmerecendo nunca o conteúdo e a liberdade na escrita, é a quase inevitavel autocrítica do final. Mas neste aqui justifica-se sem dúvida a aparente contradição entre as críticas severas ao gênero super-heróis do início, e a babação de ovo no desenrolar da explanação. Digo isso porque essa transição pela qual você passou, aconteceu igualzinha comigo, que sou de várias gerações anteriores à sua. Eu que nunca fui fã da "estética" dos super-heróis, tanto na imagem quanto no texto, tive de reconhecer a revolução qualitativa no gênero proporcionada pelo "Cavaleiro das Trevas" quando vi e comprei o primeiro número na banca e, logo em seguida, consolidada com "Elektra Assassina". A partir daí, os super-heróis se dividiram em dois grupos: conservadores e progressistas. Hoje tem para todos os gostos. Claro que, para os leitores mais exigentes, o mercado é sempre mais restrito. Abraço, Pedrão! Continua escrevendo e desenhando aí, que a gente gosta.

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