domingo, 9 de janeiro de 2011

Esse- O Esqueleto

Enquanto os desenhos não voltam, mais um conto rpg-fantasioso. Também para o forum do Tibia Br. Já que mal falei do que é tibia, uma pequena notinha:
Não, não é o osso da canela. Tibia é um ótimo rpg, com uma história complexa e interessante, e recheado de easter eggs e histórias sobre acontecimentos no jogo. O jogo sofre com o preconceito por não ter os super gráficos, que hoje em dia são mais importantes para os jogadores do que a história. Mas eu acho que os gráficos só ajudam na experiência divertida e na interação com outros jogadores. Bom, é isso.
Para maiores dúvidas, visitem TIbia.com ou Tibiabr.com.

Conto- Esse, o Esqueleto

Vou lhes contar hoje a história de um esqueleto.Ele seria só mais um esqueleto normal- vivia em uma tumba subterrânea, pisando todo dia em uma terra úmida e asquerosa para se mover, odiava humanos, pelo fato de não poder ser um, essas coisas de esqueleto-, mas Esse tinha algo de diferente. Vamos chama-lo apenas de Esse, sim? Eu adoraria saber qual era o nome desta criatura interessante, mas esqueletos não tem cérebro para se lembrar da vida humana, e mesmo que tivessem, não creio que eu me aproximaria o suficiente para poder lhe perguntar algo, antes de levar uma machadada ou coisa assim. Bem, o que Esse tinha de diferente, era diferente mesmo. Nunca vi, nem creio que verei em meu resto de vida, um esqueleto que fizesse aquilo. Bom, sem mais delongas, ao assunto. Certa vez-Na tumba úmida, localizada ao noroeste do centro da cidade, perdida na floresta- durante uma grande batalha entre os guerreiros da Guilda das Rosas, uma guilda forte e popular da época, e os esqueletos, aqueles objetos de estudo dos médicos ambulantes, empunhando machados de lenhador, Esse foi arremessado para fora de sua tumba. Arremessado com tanta força por um cavaleiro, que quase chegou a luz do dia, que ele, obviamente, não via a décadas. Só não chegou a luz, pois acima de sua tumba, havia ainda um andar, também com terra úmida, mas forrado de pedrinhas, que era habitada por alguns filhotes perdidos de uma aranha gigante, que deve ter abandonado eles por ali. Coisa rara, geralmente elas são boas mães. Deve ter passado por uma situação difícil. Sorte que eles demoram a crescer, ou Esse poderia ter passado por maus bocados. Mas não passou. “Machadou” as aranhas, e quando ia pular de volta para a briga, lá no andar de baixo, foi seduzido pela luz. Aquela coisa ofuscante e estranha, da qual ele mal se lembrava. Movido por sabe-se-lá-o-que, já que os esqueletos-dizem- não tem sentimentos, ele foi até a luz. Escalou pela terra, e quase escorregou, até chegar ao topo. Lá fora, tudo era diferente. Esse acabara de re-descobrir o mundo! Esse resolveu explorar o local. Ele ainda havia se acostumado, e tomava cuidado com tudo, pois por mais que naquele instante ele não estivesse sendo um mau esqueleto, os esqueletos são bem maus no geral, e nenhum guerreiro teria piedade dele por ali. Após explorar um pouco, Esse se deparou com um rochedo. Esse rochedo tinha uma fenda no meio, pela qual um rei gordo jamais passaria, mas os guerreiros mais magros – e, claro, os esqueletos- passariam com facilidade. Ele ouviu alguns barulhos estranhos vindos de lá -não se sabe como, afinal eles não tem ouvido!-, e resolveu investigar. Afinal, como diziam antigamente naquelas terras, “Quem visita um dragão, é pra se queimar”, hoje adaptado para o popular “Quem sai na chuva é para se molhar”. Sem nenhum esforço, esgueirou-se pela fenda, e adentrou num lugar estranho, todo escuro, e fedido. Um humano, com visão normal, já teria sido morto pelos oito lobos que viviam ali, mas Esse não era um humano. Não, ele era um esqueleto – com um machado!-, e logo que entrou sentiu que aquelas criaturas vinham em sua direção, e com oito golpes, oito lobos caíram mortos. Esse devia ter um espírito de caçador -talvez fosse sua vocação no passado-, pois num ato instintivo, arrancou a pele de um lobo, deu umas retalhadas, e pôs em volta da cabeça e dos ombros, formando um tipo de capa-chapéu, estilo muito usado pelos druidas. E lá se foi ele, saiu da fenda, percorreu o caminho de volta, e num suspiro triste, voltou para a tumba, afinal era um esqueleto.Bem vestido, mas esqueleto.Naquela noite, Esse, o esqueleto, caiu perante os guerreiros da Guilda das Rosas, mas caiu com a honra de ter sido um esqueleto diferente. É como dizia outro ditado antigo.”Você pode botar um vestido em um orc, mas ele continuará sendo estúpido, grosso, e impiedoso”.

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